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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

Viníciusa de Moraes

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Lua adversa

Tenho fases, como a Lua.
Fases de andar escondida,
Fases de vir para rua...

Perdição da minha vida!
Perdição da minha vida!

Tenho fases de ser tua
Tenho fases de ser sozinha.

Fases que vão e vêm
No secreto calendário
Que um astrólogo arbtrário
Inventou para meu uso

E roda a melancolia
Seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém

(tenho fases como a Lua...)
No dia de alguém ser meu
Não é dia de ser sua...
E, quando chega esse dia,
O outro desapareceu...
(Cecília Meireles)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O trem

"Você está em um trem que lhe levará para longe. 

Você sabe onde espera que o trem o leve, mas não pode ter certeza. 

Mas não importa, porque nós estamos juntos."

Referêcia: Filme "A Origem" (Inception), 2010.